Devolvendo a arquitetura à cidade
Eis um palmo de interrogações: O que significa habitar? Como dialogam espaço e soluções para a vida do aqui e do agora (a “crise”)?
Miloca, Joaquim e Nina são a geografia humana do sonho. Ou melhor, são evidência: a geografia é (também) sonho e o espaço de hoje é já alimentado – sentido literal – pelas aspirações de um futuro. Uma Guiné clandestina, uma América Latina para salmos, um Portugal com autoemprego.
Lição preciosa nos ensinam Rita e Leader: Preservar é reinventar. A linguagem, o trabalho, os saberes, os saberes transformados em sabores.
Salvino é geografia-memória. Todos os galegos da sua geração já partiram ou morreram. Ele aqui está para nos olhar de frente no pretérito presentificado do “havia”, do “vinha”, do “tinha” que são uma prova histórica de existência.
E a vida sempre surpreende o roteiro: Mundo Mouraria, leia-se mundos, mourarias. A mundialização a cada esquina, nas respostas locais a desafios que estão para lá, algures no indefinido global.
Através deste percurso iniciático pelas vidas e suas autonarrações, ecoa Michel Freitag: “O lugar privilegiado da arquitetura já não é a Cidade, mas a revista de Arte”.
Requalifiquemos o cisma, devolvendo a arquitetura ao estar no mundo como problematização e como recurso. Isto é dizer: como solução de cidadania, também ela produção primeira dos BAGABAGA STUDIOS, cooperativa dedicada à produção, formação e investigação em media digitais, cooperação e desenvolvimento.